Tablets só para os professores
Depois
de muitas indefinições, a proposta do Ministério da Educação (MEC) de
disponibilizar tablets – computadores portáteis semelhantes a uma
prancheta – nas redes públicas de ensino começa a sair do papel. Mas com
mudanças. À frente da pasta há cerca de uma semana, Aloizio Mercadante
anunciou ontem que os professores – em vez dos alunos, como era esperado
– receberão o equipamento. O projeto Educação Digital será implementado
inicialmente nas 58.700 escolas públicas brasileiras com banda larga e
localizadas em áreas urbanas. A meta do MEC é entregar os computadores
até o fim deste ano aos docentes do ensino médio.
Segundo
o ministro, o programa foi formulado e finalizado na sua gestão, apesar
de já estar em discussão há mais de um ano na Esplanada. “Eu tenho
estudado isso há anos. Inclusive, quando estava no Ministério de Ciência
e Tecnologia já estávamos prevendo essa compra.” Mercadante afirmou que
o MEC vai assumir integralmente a compra de 600 mil tablets. O
orçamento deste ano da pasta prevê um gasto de cerca de 180 milhões de
reais com as pranchetas.
Na
visão de Mercadante, a inclusão digital deve começar pelos docentes.
“Eles são os agentes desse processo, que será muito mais eficiente se os
professores estiverem preparados”, ponderou. O ministro esclareceu que
atualmente cerca de 337 mil professores foram capacitados, por meio de
cursos ofertados pelo MEC, para lidar com os avanços digitais. Mas,
segundo o ministro, eles não são obrigados a participar da formação. “Os
números demonstram que há um interesse grande dos professores”, avaliou
Dados
do Censo Escolar 2010 – o último disponibilizado pelo MEC – mostram que
existem no Brasil cerca de 70 mil computadores nas escolas da rede
pública e 51 mil laboratórios de informática instalados. Apesar do
atraso tecnológico, o ministro afirma que a proposta dos tablets não
inviabiliza o desenvolvimento de outros projetos digitais criados pela
pasta. Segundo Mercadante, eles são complementares. “A evolução hoje é
muito rápida e intensa. As escolas precisam acompanhar e contribuir para
formar essa nova geração tecnológica. O direito de ingressar nesse novo
mundo tem que ser de todos. É uma tecnologia amigável, temos que
começar.”
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